Já aplicada sobre documentos ou objetos, a descontaminação por radiação ionizante serviu para eliminar fungos e insetos de amostras botânicas, as chamadas exsicatas. Um grupo do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen/Cnen) submeteu amostras prensadas e desidratadas de folhas de plantas das famílias Asteraceae e Solanaceae coletadas em 1946, 1984 e 1986 a um tratamento com radiação emitida pelo elemento químico cobalto 60. Foram avaliadas três doses absorvidas de radiação (1, 6 e 10 quilogray), as mesmas usadas para a desinfestação e a desinfecção de outros materiais. As análises feitas por Leni Lima, do IPA, indicaram que não houve alteração significativa nem da cor nem de estruturas microscópicas das folhas. A radiação ionizante mostrou-se eficiente, mas, por exigir instalações apropriadas e técnicos especializados, por ora, sua aplicação é de difícil acesso para herbários em áreas remotas (Radiation Physics and Chemistry, janeiro de 2023).
A notícia foi publicada no site do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – Ipen/Cnen (link original – clique aqui).
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Foto: Amostra do arbusto fumo-bravo (Solanum mauritianum) submetida a tratamento com radiação / Crédito: Leni Ribeiro Lima / Ipen – Ilustração: ODFREY SMITH, P. etal. PLOS ONE – 9 nov. 2022
Fonte: Revista Fapesp (nº 322 – dezembro de 2022)