Contrato total, de US$ 22,3 milhões, tem como meta ampliar a vida útil da usina em 50% do originalmente previsto
A Agência CanalEnergia noticiou que a Eletronuclear já recebeu financiamento externo para extensão da vida útil da usina nuclear Angra 1 no valor de US$ 13 milhões. Esse primeiro montante é relativo ao reembolso de gastos já realizados no âmbito do chamado Engineering Multiplier Program (EMP) do programa de extensão de vida útil da planta. O financiamento foi firmado pela estatal com o Banco Santander, com garantia do US Eximbank e contragarantia da Eletrobras.
O EMP realiza estudos de viabilidade e serviços de pré-engenharia, design e meio ambiente. O valor total do financiamento contratado é US$ 22,3 milhões com amortização dos montantes já liberados em dez parcelas semestrais iguais na modalidade SAC. A taxa de juros aplicada é o TERM SOFR de seis meses, que substituiu a taxa LIBOR, com um spread de 1,05% ao ano.
Mais duas décadas
O objetivo do programa de extensão é aumentar a vida útil de Angra 1 por mais 20 anos. A unidade foi originalmente licenciada para operar por 40 anos, conforme padrão estadunidense. Angra 1 entrou em operação em 1985, ou seja, deveria gerar até 2024, mas, tomando medidas necessárias, o reator poderá continuar gerando eletricidade firme, limpa, segura e confiável para a matriz brasileira até 2044.
A Agência CanalEnergia também informa que, segundo a Eletronuclear, o gerenciamento de envelhecimento da usina, realizado com o suporte técnico da empresa norte-americana Westinghouse, desenvolve análises, estudos e atividades de preparação que integram o Programa de Extensão da Vida Útil (LTO, na sigla em inglês), assim como sua implementação nos processos e procedimentos da planta.
Angra 1 está, no momento, desligada para reabastecimento de combustível. Esse procedimento ocorre a cada 14 meses, aproximadamente, e é programado com, pelo menos, um ano de antecedência. Durante a parada, também são realizados levantamentos de campo e inspeções relativas à extensão de vida da unidade. Em dezembro de 2023, a companhia precisará submeter, ao órgão regulador, a 3ª Reavaliação Periódica de Segurança (RPS) da usina – principal marco do processo de licenciamento para a operação de longo prazo de Angra 1.
Angra 2 – Apesar da usina ter mais prazo de sua vida útil já licenciada, a Eletronuclear informa que já realiza estudos para implementar um Programa Integrado de Gestão do Envelhecimento de Sistemas, Estruturas e Componentes. A unidade, que começou a operar comercialmente em 2001, é capaz de atender ao consumo de uma cidade de dois milhões de habitantes, como Belo Horizonte.
+ Financiamento para estender vida útil de Angra 1
Foto: Usina nuclear Angra 1 / Crédito: Eletronuclear
Fonte: Agência CanalEnergia