Pós-Graduando Brasileiro do CDTN foi aprovado no Prestigiado Programa TUNEM da Tsinghua University, na China

Pós-Graduando Brasileiro do CDTN foi aprovado no Prestigiado Programa TUNEM da Tsinghua University, na China

O pesquisador Vitor Fernandes de Almeida, aluno do Programa de Pós-Graduação no Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN/Cnen), orientado pelo pesquisador Amir Zacarias Mesquita, alcançou uma conquista notável ao ser aprovado no programa TUNEM (Tsinghua University Nuclear Energy Management and Policy), da renomada Tsinghua University, na China. O programa é amplamente reconhecido como o melhor curso do mundo na área de reatores nucleares e oferece uma formação profissional de excelência. Além disso, a Tsinghua University é consolidada como a melhor universidade, não somente da China, mas de toda a Ásia.

Trajetória acadêmica e profissional

Vitor Fernandes já possui uma carreira acadêmica destacada no CDTN, onde concluiu o mestrado e está em vias de finalizar o doutorado. Seu talento na área nuclear é amplamente reconhecido, tendo sido vencedor das Olimpíadas Nucleares Internacionais organizadas pela World Nuclear University (WNU) em 2019. Apesar de sua proximidade com a conclusão do doutorado, a decisão de embarcar em outro mestrado foi estratégica. “O programa TUNEM é uma oportunidade única, tanto pelo seu status de excelência quanto pelos benefícios diretos que ele oferece para a minha formação como um profissional global na área nuclear”, destaca o estudante.

Por que realizar outro mestrado?

A escolha pelo TUNEM está fundamentada em razões sólidas. Primeiramente, o programa é considerado o curso número um no mundo na área de reatores nucleares, uma posição que reflete a sua qualidade acadêmica e o impacto que ele tem na formação de especialistas. Além disso, o TUNEM oferece uma abordagem prática singular, incluindo estágios nas principais companhias nucleares da China, como CNNC, SPIC e CGN, onde os alunos têm contato direto com as mais avançadas tecnologias nucleares disponíveis atualmente.

Outro diferencial do programa é seu foco em desenvolver profissionais preparados para contribuir na cooperação entre a China e seus países de origem, promovendo intercâmbio técnico e cultural. Para Vitor, essa característica amplia ainda mais as possibilidades de sua formação: “Isso me permitirá não apenas aprofundar meus conhecimentos técnicos, mas também atuar como uma ponte para fortalecer o diálogo e as oportunidades na área nuclear entre o Brasil e a China.”

Reconhecimento e apoio da comunidade nuclear brasileira

A conquista de Vitor Fernandes também mobilizou a comunidade nuclear brasileira. Quando alguns profissionais da área souberam de sua aprovação no TUNEM, decidiram apoiar sua jornada de maneira significativa. De forma discreta e pessoal, organizaram uma arrecadação colaborativa para custear as passagens aéreas de Vitor para a China. “Fiquei profundamente emocionado com esse gesto. Saber que pessoas que admiro acreditaram no meu potencial e quiseram contribuir para que eu pudesse estar aqui é algo que levo comigo como inspiração todos os dias”, comenta o estudante.

Primeiras impressões e vivência na China

Já em início dos estudos no programa, Vitor relata estar impressionado com a metodologia de ensino adotada. “A forma como o conteúdo é abordado, sempre conectando a teoria à prática, é algo que realmente faz diferença. Além disso, o avanço tecnológico dessa área aqui na China é impressionante, e é inspirador estar em contato direto com essas inovações.”

Vitor também compartilha sua experiência pessoal, destacando o impacto da imersão cultural. “Apesar de achar tudo extremamente diferente, estou apaixonado pela cultura e pela comida local. Cada dia aqui me faz refletir sobre como posso aplicar o que estou aprendendo para trazer mudanças positivas para o meu país, tanto na área tecnológica quanto na forma de encarar os desafios do setor nuclear.”

Apoio e perspectivas globais

O TUNEM é fortemente apoiado pela Administração Nacional de Energia da China e pelo Ministério da Educação chinês, além de oferecer bolsas de estudo integrais do governo chinês. Este suporte, combinado com a experiência prática proporcionada pelas gigantes do setor nuclear, cria um ambiente ideal para o desenvolvimento de líderes na área de energia nuclear.

Com a aprovação no TUNEM e já vivenciando as primeiras experiências do programa, Vitor Fernandes se junta a um seleto grupo de profissionais que têm a oportunidade de adquirir conhecimento de ponta e, simultaneamente, contribuir para o fortalecimento das relações internacionais na área nuclear. “Estou muito animado com essa oportunidade e confiante de que ela será um marco na minha carreira.”

Em 2023, representantes da China National Nuclear Corporation (CNNC) fizeram contato com a Eletronuclear, para realizarem visitas nas usinas nucleares e apresentarem alguns projetos da China para o setor nuclear do Brasil. Foram realizadas visitas as usinas de Angra e realizados contatos com pessoas importantes do setor nuclear no Brasil. Nesta ocasião foi apresentado um programa de pós-graduação na China que aceitava alunos de instituições internacionais.

Esta parceria Brasil e China está rendendo acordos de cooperação tanto no setor energético quanto no setor nuclear. A China tem o maior crescimento de energia nuclear do mundo, atualmente. Possui uma estrutura organizacional especializada para o desenvolvimento do setor nuclear. O projeto é robusto e a cada ano são desenvolvidos, na China, novas tecnologias, equipamentos e serviços especializados para o setor nuclear. Em 2024, a CNNC participou da International Nuclear Atlantic Conference – INAC 2024, no Rio de Janeiro, onde um dia foi reservado para a apresentação dos projetos do setor nuclear deles. Sendo assim, a parceria do Brasil com a China é de grande importância para o crescimento do setor nuclear no Brasil. O Brasil tem planos de concluir Angra 3 e construir novas usinas, além de desenvolver a área de medicina nuclear. Atualmente a CNNC estabeleceu um escritório no Rio de Janeiro, onde os representantes da CNNC buscam oportunidades de projetos. A tendência é que esta parceria traga muitas oportunidades para os brasileiros e para os chineses, “numa expertise ainda mais qualificada para o Brasil”.

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Imagens: Divulgação

* A matéria foi enviada à ABEN pelo Professor Amir Zacarias Mesquita, que é Pesquisador do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN/Cnen)