Ministro da Ciência e Tecnologia recebe, no IRD/Cnen, secretário-executivo da Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares

Ministro da Ciência e Tecnologia recebe, no IRD/Cnen, secretário-executivo da Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares

O secretário-executivo da Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBTO), Robert Floyd, visitou o Instituto de Radioproteção e Dosimetria da Comissão Nacional de Energia Nuclear (IRD/Cnen) no último dia 2 de setembro. Ele foi recebido na ocasião pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim; pelo diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Cnen, Madison Almeida; pela diretora do IRD/Cnen, Angélica Wasserman; entre outros gestores. Da comitiva fizeram parte também Guillermo Rocco, coordenador de programas e projetos, e Jenny Nielsen, assessora de relações exteriores.

As autoridades estiveram reunidas para visitar a estação de monitoramento e o laboratório, ambos localizados no IRD, integrantes do Sistema Internacional de Monitoramento (IMS) – são capazes de detectar e identificar particulados radioativos e gases nobres liberados na atmosfera. O encontro também reafirma o compromisso do País com o uso pacífico da tecnologia nuclear e por um mundo sem testes nucleares. A estação integra a rede de dados ligada ao citado sistema internacional, mantido pela Comissão Preparatória do CTBTO. O Tratado foi firmado em 1996 e para entrar em vigor deve ser assinado e ratificado por 44 estados nacionais.

Na ocasião, o diretor da Cnen destacou a importância do trabalho desenvolvido pela autarquia em diversas áreas da tecnologia nuclear para fins pacíficos. Floyd demonstrou a disposição da organização para trabalhar pelo uso da tecnologia e dos esforços em todo o mundo para fortalecer o trabalho desenvolvido pela CTBTO. Além da estação, a comitiva também visitou o laboratório de radionuclídeos destinado a análises ambientais e a área de atendimento a emergências radiológicas e nucleares do IRD/Cnen.

Participou também da comitiva o diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Ambientais (Cemaden), Osvaldo Moraes. O órgão é responsável por estabelecer no Brasil, sob demanda do MCTI, um Centro Nacional de Dados, relacionado às atividades do tratado internacional. Durante sua visita ao Brasil, o secretário-executivo da CTBTO conheceu as instalações do Cemaden, em São José dos Campos/SP; ministrou palestra no Instituto Rio Branco; cumpriu compromissos diplomáticos; esteve no Observatório Sismológico da Universidade de Brasília, onde estão situadas uma estação sísmica e outra de infrassom relacionadas à CTBTO; e visitou a Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (Abacc), no Rio de Janeiro.

Além da estação denominada RN-11, o laboratório de radionuclídeos do IRD/Cnen é um dos 16 distribuídos pelo mundo, com capacidade de análises de alta complexidade e confiabilidade. Os equipamentos, o prédio e a rede de comunicação por satélite são custeados pela organização. Os dados obtidos são enviados para o Centro Internacional de Dados, em Viena, Áustria. Está em construção, em Pernambuco, uma estação de monitoramento de radionuclídeos RN-12.

Floyd está em sua primeira visita à América do Sul desde que assumiu o posto em 2021, passando por Uruguai, Brasil e Argentina, entre os dias 28 de agosto e 5 de setembro. Todos os países da América do Sul ratificaram o Tratado, em prol de um mundo sem testes nucleares. Das mais de 300 estações da CTBTO, cerca de 10% estão situadas na região. Estão em funcionamento, aproximadamente, 90% das instalações do sistema de monitoramento, usando quatro tecnologias: sísmica, hidroacústica, infrassom e radionuclídeos.

Os dados obtidos nessas estações, que monitoram o planeta 24 horas por dia durante todo o ano, também podem ser utilizados em aplicações civis e científicas com potencial para contribuir para o desenvolvimento sustentável, para a expansão do conhecimento e para o bem-estar. Cientistas e instituições em todos os Estados Membros da CTBTO podem usar os dados para alerta sobre desastres e os mais diversos estudos científicos.

A notícia foi publicada originalmente no site da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen).

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Foto: Bianca Wendhausen/IRD

Fonte: Assessoria de Comunicação Social do Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD/Cnen)