A Agência Internacional de Energia (International Energy Agency – IEA) divulgou relatório que conclui que o planeta precisa dobrar a capacidade de geração de energia nuclear até 2050 para atingir as metas do acordo de Paris de reduções de emissões de gases poluentes (Cenário de Zero Emissão Líquida até 2050 – NZE), noticiou o site MegaWhat.
Segundo o diretor executivo da IEA, Fatih Birol, considerando o contexto atual de crise energética global, preços vertiginosos de combustíveis fósseis, desafios de segurança energética e compromissos climáticos ambiciosos, a energia nuclear possui uma oportunidade única de encenar um forte retorno.
Conforme o portal MegaWhat, projeções da IEA indicam que a capacidade instalada de usinas nucleares deve sair de 413 gigawatts (GW), no início deste ano, para 812 GW, considerando o horizonte de 2050, sendo a maior parte da expansão – até 2030 – na China. Para isso, os investimentos anuais na geração nuclear devem saltar dos US$ 30 bilhões (década passada) para mais de US$ 100 bilhões (em 2030), permanecendo acima de US$ 80 bilhões (até 2050).
A publicação Nuclear Power and Secure Energy Transitions ainda informa que 63% das usinas nucleares em atividade no mundo possuem mais de 30 anos de funcionamento, de modo que as licenças de operação estão próximas de expirar. Sem o aporte de recursos, a capacidade nucleoelétrica global cairia para 310 GW em 2050, diminuindo o percentual da fonte na matriz mundial de 10% para 3%. Esse tenebroso cenário dificultaria e encareceria os esforços para que as emissões de gases de efeito estufa sejam zeradas no período.
Na visão do diretor executivo da IEA, para a expansão da capacidade nuclear ocorrer são necessárias políticas mais “robustas” dos governos que garantam a operação segura e sustentável dos reatores nos próximos anos, além de investimento em novas tecnologias. Segundo o estudo da Agência, investimentos poderiam aumentar a vida útil das instalações, algo que já vêm sendo realizado em alguns países, como no Brasil – Angra 1 (saiba mais aqui e aqui).
Autora: Poliana Soutto
Foto: Divulgação International Energy Agency (IEA)
Fonte: MegaWhat