Pesquisadores testam curativos em lesões causadas pelo longo período que animais ficaram na água
O jornal Folha de S.Paulo noticiou que veterinários trataram cavalos feridos pelas recentes chuvas do Rio Grande do Sul com um curativo em forma de gel, com nanopartículas de prata, produzidas por radiação. Originalmente criado para ser aplicado em humanos, o material foi enviado nesta semana pelo Laboratório Nacional de Nanotecnologia Aplicada às áreas Nuclear e Correlatas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Nuclear-Nano/Cnen) para a cidade de Nova Santa Rita, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
De acordo com o coordenador do Nuclear-Nano, Ademar Benévolo Lugão, a forma de gel é um dos diferenciais do curativo em relação a modelos comuns, como a gaze, que grudam na pele e provocam novas feridas. “Você tipicamente lava as feridas e coloca uma gaze seca por cima”, esclarece. E completa: “Só que isso é uma técnica muito antiga. Se a ferida, por exemplo, tem sangue, fluidos, essa gaze gruda na ferida e você cria uma nova ferida cada vez que for trocar o curativo. Então, há algumas décadas se descobriu que uma superfície úmida, que não adere à ferida, propicia uma cura mais rápida”.
Além de oferecer os benefícios da umidade, o curativo desenvolvido pelo Nuclear-Nano tem nanopartículas de prata, que atuam como antisséptico e anti-inflamatório. A radiação serve ainda para esterilizar os curativos. Todos os três processos (transformação de líquido em gel, produção de nanopartículas de prata e esterilização) são feitos com a mesma irradiação. Como esse processo é feito de uma vez só, há otimização de custo.
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Autor: Felipe Prestes
Foto: Curativo de hidrogel desenvolvido pelo Laboratório Nacional de Nanotecnologia Aplicada às áreas Nuclear e Correlatas da Comissão Nacional de Energia Nuclear / Crédito: Mônica Mathor-Ipen/Cnen
Fonte: Folha de S.Paulo