O Departamento de Defesa dos EUA quer colocar naves no espaço cislunar – a área entre a Terra e a órbita da Lua – com empuxo e agilidade que apenas a propulsão térmica nuclear (NTP, na sigla em inglês) pode fornecer. A Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (Defense Advanced Research Projects Agency – Darpa), por meio de seu Programa de Demonstração de Foguetes para Operações Cislunares Ágeis (Draco), está prospectando, na indústria privada, projeto, desenvolvimento, fabricação, montagem e teste de um motor de foguete térmico nuclear alimentado com combustível de urânio de baixo enriquecimento para aquecer um propulsor de hidrogênio líquido.
Os prêmios da Fase 1 do Programa Draco, anunciados em abril de 2021, foram destinados à General Atomics (projeto preliminar para o reator) e à Blue Origin e Lockheed Martin (projeto conceitual do sistema de demonstração em órbita), e esse trabalho será concluído em outubro deste ano. A Darpa emitiu uma solicitação em 4 de maio para as fases 2 e 3, que devem levar de três a quatro anos no total e culminar em uma demonstração de voo da propulsão térmica nuclear no espaço no ano fiscal de 2026.
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A Darpa espera que o Programa Draco permita missões de tempo crítico em grandes distâncias no espaço cislunar. Essa propulsão atinge uma alta relação empuxo-peso semelhante à propulsão química, mas com eficiência duas a cinco vezes maior usando sistemas mais rápidos que os elétricos e menores que os químicos. A combinação de velocidade com tamanho pode apoiar futuras missões da NASA para destinos mais distantes, como Marte.
“Os Estados Unidos empregam manobras para manter vantagens nos domínios terrestre, marítimo e aéreo. No entanto, a manobra é mais desafiadora no espaço devido às limitações do sistema de propulsão”, disse o Major Nathan Greiner, gerente de programa do Escritório de Tecnologia Tática da Darpa. “Para manter a superioridade tecnológica no espaço, os Estados Unidos requerem tecnologia de propulsão avançada que o Programa Draco fornecerá”, completou.
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Fonte: American Nuclear Society (ANS) / Nuclear News