Um grande avanço foi anunciado por cientistas dos EUA na corrida para dominar a tecnologia de fusão nuclear.
Físicos buscam a tecnologia há décadas, pois ela promete uma fonte potencial de energia limpa quase ilimitada.
Nesta terça-feira, dia 13, pesquisadores confirmaram que superaram uma grande barreira – produzir mais energia a partir de um experimento de fusão do que foi gasto, ou seja, um ganho líquido de energia. O termo é chamado tecnicamente de ignição da fusão nuclear.
Contudo, especialistas dizem que ainda há um caminho a percorrer antes de a fusão nuclear produzir eletricidade para cidades. O experimento ocorreu no National Ignition Facility, localizado no Laboratório Nacional Lawrence Livermore (LLNL, na sigla em inglês), localizado na Califórnia, EUA.
“Essa é uma conquista histórica. Nos últimos 60 anos, milhares de pessoas contribuíram para este empreendimento e foi necessária uma visão real para nos trazer até aqui”, declarou o diretor do LLNL, Dr. Kim Budil.
A fusão nuclear é descrita como o “santo graal” da produção de energia, sendo, inclusive, o processo que ocorre no Sol e nas demais estrelas.
A fusão funciona unindo átomos leves, processo que libera muita energia.
É o oposto da fissão nuclear, processo em que átomos pesados são separados. A fissão é a tecnologia usada atualmente nas usinas nucleares, mas produz resíduos que continuam a emitir radiação por muito tempo. Por isso, a indústria nuclear armazena com extremo zelo e segurança tais rejeitos.
A fusão nuclear gera ainda mais energia e pequenas quantidades de resíduos radioativos de meia-vida curta. E, assim como a fissão, a fusão não emite gases de efeito estufa e, portanto, não contribui para as mudanças climáticas. Trata-se, portanto, de energia limpa.
Entretanto, para manter os elementos juntos em fusão é preciso que a temperatura e a pressão sejam extremas. Até agora, nenhum experimento tinha conseguido produzir mais energia do que a quantidade aplicada para fazê-lo funcionar.
As aplicações do experimento, porém, ainda precisam ser estudadas, pois acredita-se que a efetiva produção de um reator comercial baseado em fusão nuclear pode levar algumas décadas.
Leia a matéria completa, em inglês, aqui.
+ Em feito inédito, EUA anunciam avanço na produção de energia limpa baseada na fusão nuclear (fonte: G1)
+ O que é a fusão nuclear e como ela funciona? (em inglês – fonte: BBC News)
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Autora: Esme Stallard
Foto: Local no LLNL onde ocorre a fusão nuclear / Crédito: Philip Saltonstall
Fonte: BBC News