Anúncio feito no último domingo, dia 26, firmou um compromisso de US$ 14 milhões dos Estados Unidos com a Romênia
A Revista Exame publicou matéria sobre comunicado emitido pelo Departamento do Estado americano no qual o país mais rico do planeta informa que avançou no apoio à “tecnologia nuclear limpa inovadora” na Europa. Na prática, significa que os Estados Unidos se comprometem a investir 14 milhões de dólares em pesquisas para prover a base para o envio de um reator nuclear para uma usina na Romênia.
Com duração de oito meses, o projeto deve custar 28 milhões de dólares no total – somando os investimentos por parte dos romenos – e proporcionará ao país do leste europeu dados detalhados sobre uma nova central nuclear. A Romênia opera atualmente duas usinas nucleoelétricas (Cernavoda 1 e 2), que possuem reatores de água pesada pressurizada (PHWR, na sigla em inglês) com capacidades elétricas instaladas de 706 megawatts (MW) cada um (fonte: Sistema de Informação de Reatores de Potência da Agência Internacional de Energia Atômica – Pris/IAEA).
Segundo o enviado presidencial especial para o clima dos Estados Unidos, John Kerry, a energia nuclear, incluindo os pequenos reatores modulares (SMRs, na sigla em inglês), como é o caso dessa parceria, é um instrumento crucial para a luta contra a mudança climática, tendo em vista que praticamente não emite gases de efeito estufa.
O governo estadunidense tem reafirmado constantemente que pretende ajudar a Europa a avançar na independência energética, em momento de tensões e sanções contra a Rússia por causa da guerra promovida na Ucrânia. Atualmente muitos países do continente europeu são dependentes do fornecimento de gás natural russo.
Comentário de especialista* sobre a notícia
Um PIB de 2 trilhões de dólares e 97 milhões de pessoas empregadas e produzindo resulta que, em média, cada trabalhador brasileiro produz 20.500 dólares por ano. Já os americanos têm um contingente de trabalhadores de 157 milhões e um PIB de 22 trilhões de dólares, resultando em uma produção média anual de cada trabalhador de 140 mil dólares.
Ocorre que cada cidadão americano conta com 12,5 mil quilowatts-hora (kWh) por ano de eletricidade, enquanto cada brasileiro utiliza apenas 2.500 KWh de eletricidade para o suportar na vida. Óbvio que a produtividade brasileira é baixa devido ao seu baixo consumo de eletricidade.
Não se trata de incapacidade laboral brasileira, mas apenas de energia insuficiente. Um motor com 25 HP (horsepower) de potência jamais produzirá a mesma energia do que um motor com 125 HP de potência. Essa analogia é a base da miséria brasileira.
*Drausio Atalla – engenheiro mecânico e ex-colaborador da Eletronuclear (foi superintendente responsável pela operação das usinas Angra 1 e Angra 2)
Foto: Energia nuclear é um instrumento crucial para a luta contra a mudança climática / Getty Images/Divulgação
Fonte: Estadão Conteúdo (matéria disponível no site da Revista Exame)