Diretor da AIEA destaca importância da energia nuclear no Fórum Econômico Mundial

Diretor da AIEA destaca importância da energia nuclear no Fórum Econômico Mundial

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Mariano Grossi, elaborou um artigo para a Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial, realizada na semana passada em Davos, na Suíça.

Intitulado “A energia nuclear pode ser o ponto de virada na corrida pela descarbonização”, o texto discute três pontos principais: a energia nuclear está ganhando cada vez mais apoio como resultado dos esforços para combater as mudanças climáticas, bem como em virtude das preocupações energéticas decorrentes da guerra na Ucrânia; o alcance de zero emissão líquida exigirá duplicação da capacidade nuclear; e o progresso na tecnologia de pequenos reatores modulares (SMRs) e de depósitos de combustível irradiado está aumentando a acessibilidade e segurança da fonte nuclear.

Mudança na infraestrutura de energia

Dizendo que “há pouca dúvida de que a atual crise irá acelerar uma transformação em nossa infraestrutura de energia”, Grossi frisou que os governos de muitos países anunciaram recentemente planos para prolongar a vida útil de suas usinas nucleares em operação, pois se preocupam com a escassez de suprimentos e os altos preços do petróleo e do gás natural. Em sua visão, contudo, os países ainda decidirão quais fontes, entre nuclear, carvão e gás, trabalharão “em conjunto com hidrelétricas, eólicas, solares e outras energias renováveis para fornecer eletricidade ininterrupta”.

Experiência anterior

O diretor-geral da AIEA pontuou que vários especialistas em energia concluíram que “a jornada exigirá a duplicação da capacidade nuclear” e ratificou a confiança em alcançar tal objetivo, lembrando ao leitor que “isso já foi feito antes”. Muitas das usinas nucleares contemporâneas foram originalmente construídas como resultado da última grande crise de energia – a escassez e os aumentos de preços relacionados ao embargo de petróleo de 1973 pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

Novas tecnologias

Depois de descrever sobre a construção em andamento de mais de 50 reatores nucleares em todo o mundo, a extensão da vida útil de usinas em vários países e a consideração ou planejamento de novas plantas nucleares em cerca de 30 nações, Rafael Grossi assinalou os recentes desenvolvimentos tecnológicos que criam um cenário futuro ainda mais brilhante para a energia nuclear. As inovações incidem sobre o repositório de combustível irradiado de Onkalo, na Finlândia, e o setor dos Small Modular Reactors (SMRs), que “serão mais rápidos e acessíveis de construir, terão um maior nível de segurança inerente devido ao seu projeto [e] oferecerão mais flexibilidade para emparelhar com fontes renováveis variáveis”.

Oportunidade

Grossi ainda enfatizou a importância de cientistas, líderes políticos e público tomarem as decisões corretas para a energia nuclear, inclusive em funções de apoio “à mudança para uma economia de hidrogênio” e à descarbonização de “setores industriais e de transportes de difícil acesso”. E finalizou: “Cabe a todos nós garantir que não desperdicemos a oportunidade”.

Leia a notícia original, em inglês, aqui.

Foto: Rafael Grossi fala em painel na Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial / Crédito: WEF

Fonte: American Nuclear Society (ANS) / Nuclear News