A Ucrânia informou à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que novos bombardeios nos últimos dias causaram mais danos na área da central nuclear de Zaporizhzhia, aumentando, assim, os sérios riscos de segurança e proteção física enfrentados pela instalação e, consequentemente, a necessidade de uma missão de especialistas da instituição no local. A declaração foi concedida nesta terça-feira, dia 23, pelo diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi.
Segundo o governo ucraniano, bombardeios ocorridos no último sábado, dia 20, e domingo, 21, prejudicaram a infraestrutura de Zaporizhzhia, incluindo laboratórios e instalações químicas. A Ucrânia também informou que bombardeio ontem, dia 22, danificou os transformadores de uma usina termelétrica próxima, causando uma desconexão durante horas da linha de energia que a liga à central de Zaporizhzhia.
“Esses incidentes mostram por que a AIEA deve poder enviar uma missão à Zaporizhzhia o quanto antes. Continuo a consultar de forma muito ativa e intensa todas as partes para que essa missão vital possa ocorrer sem mais delongas. A presença da AIEA ajudará a estabilizar a situação de segurança e proteção física no local e reduzirá o risco de um grave acidente nuclear na Europa. Esperamos que essa missão ocorra nos próximos dias se as negociações em andamento forem bem-sucedidas”, pontou o diretor-geral da Agência.
Além da linha de backup com a usina termelétrica já restaurada, a central nuclear de Zaporizhzhia possui outras do tipo. O suprimento de energia fora do sítio é essencial para garantir a segurança da instalação nuclear. Esse requisito faz parte dos sete pilares indispensáveis de segurança e proteção física apregoados por Grossi no início da guerra.
A Ucrânia também informou à AIEA que dez de seus 15 reatores nucleares estão atualmente conectados à rede, incluindo dois em Zaporizhzhia, três em Rivne, três em South Ukraine e dois em Khmelnytskyy.
Em relação às salvaguardas, o diretor-geral disse que a AIEA continua a receber dados remotos das quatro centrais nucleares operacionais ucranianas, bem como da central nuclear desativada de Chernobyl.
Leia a declaração original do diretor-geral da AIEA, em inglês, aqui.
+ Declaração do diretor-geral da AIEA sobre a situação na Ucrânia – Update 92
Foto: Bandeira da AIEA / Divulgação
Fonte: Assessoria de Comunicação Social da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)