Nesta sexta-feira, dia 12, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, disse que a Ucrânia relatou novos bombardeios na área da central nuclear de Zaporizhzhia, destacando ainda mais os principais riscos de segurança e proteção física na maior instalação de geração nuclear da Europa.
A Ucrânia informou que o último incidente – após o bombardeio da semana passada em Zaporizhzhia – ocorreu na tarde de ontem, dia 11, e causou alguns danos, incluindo em equipamentos de monitoramento de radiação no quartel de bombeiros da usina. Inicialmente, o país do leste europeu também reportou que uma mudança de turno programada teria que ser interrompida, mas depois disse à AIEA que a troca de pessoal estava de volta ao normal. Não houve vítimas na usina e seus sistemas de segurança não foram danificados, acrescentou o governo ucraniano.
Com base nas informações fornecidas pela Ucrânia, especialistas da AIEA observaram que os sistemas importantes para a segurança e a proteção física não foram afetados. No entanto, novos bombardeios na central nuclear ou perto dela foram profundamente preocupantes para a segurança e proteção dos seis reatores do sítio, assinalou o diretor-geral da Agência, reiterando sua exigência de que todas as atividades militares parem.
O bombardeio de ontem ocorreu no mesmo dia em que o diretor-geral da AIEA informou ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o agravamento da situação de segurança e proteção física em Zaporizhzhia desde a semana passada, enfatizando a necessidade urgente de a AIEA poder enviar uma missão de especialistas para conduzir ações essenciais de segurança, proteção física e salvaguardas nucleares.
A AIEA não consegue inspecionar a maior central nuclear europeia desde antes do início do conflito, há quase seis meses. Desde o início de março, ela é controlada pelas tropas russas, mas equipe de operadores ucranianos continua operando os reatores.
Em relação às salvaguardas, a Agência continua a receber dados remotos das quatro centrais nucleares que abrigam unidades atualmente em operação na Ucrânia, e seus especialistas também restauraram a transferência total de dados de salvaguardas de Chernobyl após um período de perda parcial da transmissão, ressaltou Rafael Grossi.
Por fim, a Ucrânia também informou à AIEA nesta sexta (12) que dez dos 15 reatores de potência do país estão conectados à rede, incluindo dois em Zaporizhzhia, três em Rivne, três em South Ukraine e dois em Khmelnytskyy.
Leia a declaração original do diretor-geral da AIEA, em inglês, aqui.
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Foto: Bandeira da AIEA / Divulgação
Fonte: Assessoria de Comunicação Social da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)