Declaração do diretor-geral da AIEA sobre a situação na Ucrânia – Update 42

Declaração do diretor-geral da AIEA sobre a situação na Ucrânia – Update 42

A Ucrânia disse à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) nesta segunda-feira, dia 4, que “o moral e o estado emocional” dos funcionários que trabalham na central nuclear de Zaporizhzhia estão “muito baixos” um mês após forças militares russas terem tomado o sítio. A informação é do diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi.

O dirigente da Agência, que é vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), externou diversas vezes grande preocupação com relação às condições de trabalho extremamente estressantes e desafiadoras para o pessoal que opera as instalações nucleares da Ucrânia durante a guerra, especialmente nas centrais de Zaporizhzhia e Chernobyl, que foram controladas pelos russos por cinco semanas antes da retirada na última quinta-feira, dia 31 de março.

A situação dos funcionários das usinas nucleares, que é sem precedentes, comprometeu severamente um dos sete pilares indispensáveis de segurança nuclear e proteção física adotados pela AIEA, que versa sobre o fato de “o pessoal operacional dever ser capaz de cumprir seus deveres de segurança e proteção e ter a capacidade de tomar decisões livres de pressão indevida”.

“É inaceitável e insustentável que os funcionários trabalhem em circunstâncias que possam afetar gravemente o bem-estar e, portanto, gerar um impacto negativo na operação segura das instalações nucleares”, lamentou Grossi. “Como eu disse durante minha visita à central nuclear South Ukraine na semana passada, as equipes de lá e de outras instalações nucleares ucranianas merecem nossa profunda admiração e sincera gratidão pela resiliência e determinação em realizar seus importantes deveres profissionais”, completou.

A Ucrânia também informou à AIEA ontem (3) à noite que uma munição não detonada localizada no fim de março perto de uma instalação de pesquisa nuclear na cidade de Kharkiv não representava perigo, pois se tratava de um míssil sem a ponta explosiva. A unidade de pesquisa nuclear ainda não tem energia devido a danos causados no transformador elétrico e os bombardeios na região dificultam o restabelecimento da eletricidade. A instalação foi usada para pesquisa e desenvolvimento e produção de radioisótopos para aplicações médicas e industriais – o material nuclear no local é subcrítico e, o estoque radioativo, baixo.

Chernobyl – Nesta central nuclear, prosseguem os preparativos para a troca de turno de pessoal, incluindo a avaliação da segurança dos trabalhadores, segundo o Governo da Ucrânia.

Usinas em operação – Sete plantas nucleares estão em operação na Ucrânia, sendo duas no sítio de Zaporizhzhia, três em Rivne e duas em South Ukraine. Os outros reatores de potência ucranianos estão desligados para manutenção regular, incluindo ambas as unidades da central de Khmelnytskyy, ou mantidos em reserva.

Salvaguardas – A AIEA disse que continua sem receber a transmissão remota de dados de seus sistemas de monitoramento instalados em Chernobyl, mas tais informações referentes às outras centrais nucleares da Ucrânia estão sendo transferidas normalmente.

Fonte: Assessoria de Comunicação Social da Agência Internacional de Energia Atômica – AIEA (https://www.iaea.org/newscenter/pressreleases/update-42-iaea-director-general-statement-on-situation-in-ukraine)