O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Mariano Grossi, informou ontem, dia 23, que a instituição está pronta para enviar especialistas e equipamentos à Ucrânia com o intuito de garantir a segurança e proteção física das instalações nucleares do país e prevenir o risco de um acidente severo que possa ameaçar a população e o meio ambiente.
Em vídeo divulgado pela entidade, o diretor-geral declarou que prossegue seriamente preocupado com a situação no país do leste europeu e frisou novamente a necessidade urgente de concluir um acordo visando a operação segura e proteção das instalações nucleares da Ucrânia, que incluem 15 usinas e o sítio desativado de Chernobyl.
“Pessoalmente expressei minha disposição para ir imediatamente à Ucrânia para finalizar esse acordo, que incluiria medidas de apoio e assistência substancial como a presença de especialistas da AIEA em diferentes instalações nucleares e a entrega de equipamentos vitais de segurança”, assinalou.
Entretanto, lamentou que “um resultado positivo ainda não veio” mesmo após intensos movimentos feitos nos últimos dias, e acrescentou que “a necessidade de evitar um acidente nuclear se torna mais urgente a cada dia que passa”.
“Quero agradecer o Secretariado das Nações Unidas e muitos governos que manifestaram, dos mais altos níveis, apoio à minha iniciativa e aos esforços da AIEA”, salientou. A Agência, segundo ele, “está pronta e capacitada para se mobilizar imediatamente e fornecer assistência indispensável para garantir a segurança e proteção nuclear na Ucrânia”. Além disso, complementou ressaltando que espera concluir o acordo o quanto antes.
Na manhã de ontem (24), o regulador nuclear ucraniano informou à AIEA que bombeiros estavam tentando extinguir incêndios florestais próximos à central de Chernobyl, que reconhecidamente é uma área propensa a esse tipo de problema. Quatro focos de incêndio foram extintos, mas outros ainda perduram. O corpo de bombeiros local atualmente está sem acesso à eletricidade, mas o quartel conta com geradores a diesel, que evidentemente demandam combustível. O sítio de Chernobyl, que é controlado por tropas militares russas desde 24 de fevereiro, continua a ter à disposição energia externa.
Quanto à situação das quatro centrais nucleares ucranianas em funcionamento, oito dos 15 reatores continuam operando, segundo o regulador ucraniano: dois em Zaporizhzhia, três em Rivne, um em Khmelnytskyy e dois em South Ukraine. Os níveis de radiação e os sistemas de segurança em todas as instalações estão normais.
Já em relação às salvaguardas, a Agência disse que ainda não estava recebendo a transmissão remota de dados de seus sistemas de monitoramento instalados em Chernobyl, mas tais informações referentes às outras centrais nucleares da Ucrânia estavam sendo transferidas normalmente.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social da Agência Internacional de Energia Atômica – AIEA (https://www.iaea.org/newscenter/pressreleases/update-30-iaea-director-general-statement-on-situation-in-ukraine)