A Ucrânia informou à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) no último domingo, dia 20, que cerca de metade da equipe da central nuclear de Chernobyl finalmente pôde retornar para casa após trabalhar no local controlado pelas tropas russas por quase quatro semanas consecutivas. O regulador nuclear ucraniano confirmou, inclusive, que a troca de pessoal no sítio começou na manhã de ontem e que aqueles que saíram já foram substituídos por outros funcionários.
O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, que expressara anteriormente grande preocupação sobre o bem-estar dos funcionários da central de Chernobyl, celebrou a notícia. Ele salientou que os trabalhadores estavam realizando importantes tarefas sob condições muito estressantes e cansativas na presença de forças militares estrangeiras e sem o descanso adequado.
A difícil situação dos funcionários da central de Chernobyl nas últimas semanas pôs em risco um dos sete pilares indispensáveis de segurança nuclear revelados no início deste mês pela AIEA, que afirma que “o pessoal operacional deve ser capaz de cumprir suas funções de segurança e proteção e ter a capacidade de tomar decisões livres de pressões indevidas”.
A situação desafiadora e incerta ressaltou a importância de uma iniciativa promovida pela AIEA para garantir a segurança e proteção física das instalações nucleares da Ucrânia durante a guerra, informou Grossi. Ele também disse que continua tentando chegar a um acordo sobre diretrizes para a prestação de assistência técnica da Agência em prol da operação segura dos reatores ucranianos.
Zaporizhzhia – No sul da Ucrânia, as duas usinas atualmente em funcionamento na central de Zaporizhzhia aumentaram gradualmente a produção de eletricidade para dois terços da capacidade máxima – cerca de mil megawatts-elétricos (MWe) cada – após conserto, na semana passada, de duas linhas de energia, sendo uma externa e outra no local, informou o regulador nuclear ucraniano.
Agora, o sítio tem três linhas de alta tensão (750 kV) externas disponíveis, incluindo uma em standby. O regulador reiterou que os sistemas de segurança da central, controlada pelas tropas russas desde o dia 4 deste mês, estavam totalmente funcionais. Em relação à situação das quatro centrais nucleares ucranianas operacionais, o regulador do país explicou que oito dos 15 reatores continuam funcionando: dois em Zaporizhzhia, três em Rivne, um em Khmelnytskyy e dois em South Ukraine. Os níveis de radiação e os sistemas de segurança em todas as instalações estão normais.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social da Agência Internacional de Energia Atômica – AIEA (https://www.iaea.org/newscenter/pressreleases/update-27-iaea-director-general-statement-on-situation-in-ukraine)
