Uma equipe de especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) avaliou na última segunda-feira, dia 21, a extensão dos danos causados por bombardeios intensos no fim de semana na central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia (ZNPP, na sigla em inglês), declarou o diretor-geral da entidade, Rafael Mariano Grossi. Eles puderam confirmar que – apesar da gravidade do bombardeio – equipamentos principais permaneceram intactos e não desencadearam maiores preocupações com a segurança e proteção física nuclear imediata, complementou o dirigente.
Os quatro especialistas em segurança, proteção física e salvaguardas nucleares da AIEA atualmente no local foram informados pela administração e, em seguida, realizaram uma extensa visita à maior central nuclear da Ucrânia – e Europa – para avaliar, em primeira mão, os impactos físicos dos bombardeios ocorridos na noite de sábado passado (19) e na manhã de domingo (20), que estão entre os incidentes mais graves ocorridos em Zaporizhzhia nos últimos meses. A informação também foi concedida por Grossi.
O panorama dos seis reatores do sítio é estável e a integridade do combustível irradiado, do combustível novo e dos rejeitos radioativos de baixo, médio e alto níveis de radiação nas respectivas instalações de armazenamento foi confirmada, reportou a equipe da AIEA.
No entanto, os especialistas da Agência ainda observaram danos generalizados em todo o sítio. “Essa é uma grande causa de preocupação na medida em que demonstra claramente a intensidade dos ataques a uma das maiores centrais nucleares do mundo”, enfatizou o diretor-geral.
A equipe da AIEA também observou danos a tanques de armazenamento de condensado que causaram vazamentos não radioativos e vários impactos na via principal ao longo dos reatores de ZNPP, bem como em uma ferrovia inoperante, um duto de ar pressurizado atingido por estilhaços, dois impactos no telhado de um edifício auxiliar especial, pequenos danos visíveis em uma tubulação e dois impactos em uma área de guarita.
A equipe de operação e manutenção foi mobilizada para consertar alguns danos e funcionários de Zaporizhzhia também estão limpando o local após os ataques do fim de semana, frisou a equipe da AIEA. Os especialistas da entidade também informaram que não ocorreram mais ataques à central nas horas subsequentes, embora a cidade vizinha de Enerhodar e uma região industrial tenham sido bombardeadas.
Funcionários de ZNPP ainda informaram na segunda-feira, 21, que quatro reatores de Zaporizhzhia permaneciam em desligamento a frio e dois em desligamento a quente, continuando a produzir vapor e água quente para o sítio e a cidade de Enerhodar, onde muitos trabalhadores vivem com suas famílias.
Após os últimos ataques, o diretor-geral da AIEA intensificou suas consultas com o objetivo de estabelecer uma zona de segurança e proteção física nuclear em Zaporizhzhia.
Leia a declaração original do diretor-geral da AIEA, em inglês, aqui.
+ Declaração do diretor-geral da AIEA sobre a situação na Ucrânia – Update 129 (em inglês – fonte: IAEA)
+ Declaração do diretor-geral da AIEA sobre a situação na Ucrânia – Update 128 (em inglês – fonte: IAEA)
+ Declaração do diretor-geral da AIEA sobre a situação na Ucrânia – Update 127
Foto: Bandeira da AIEA / Divulgação
Fonte: Assessoria de Comunicação Social da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)