Os presidentes da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Francisco Rondinelli Jr., e da Eletronuclear (ETN), Raul Lycurgo Leite, se reuniram na última terça-feira, 6, na sede da ETN, no Rio de Janeiro, com o objetivo de alinhar estratégicas para o setor nuclear brasileiro. O ponto central das discussões foi a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (VCNCTI), com foco especial na Conferência Temática de Ciência e Tecnologia Nuclear (CT-Nuclear), nos dias 20 e 21 de março, na sede da Cnen, em Botafogo, também na capital fluminense.
Na reunião, Rondinelli comentou sobre o papel organizador da Cnen e as diversas parcerias já estabelecidas visando à realização da CT-Nuclear. O presidente da Cnen destacou a importância do envolvimento das empresas estatais do setor, em especial a ETN e a Indústrias Nucleares do Brasil (INB), consideradas essenciais para o êxito do evento e para o setor brasileiro, de forma ampla. Participaram do encontro o chefe de Gabinete, André Osório, e o consultor jurídico, Ruben Ferraz, pela ETN, e Rogério Mamão Gouveia, chefe de Gabinete da Cnen.
A perspectiva de conclusão da Usina Nuclear Angra 3 até 2029 foi outro ponto de destaque, com o presidente da ETN vislumbrando um novo patamar para o setor. Na opinião de Raul Leite, o fornecimento de combustível nuclear, agregando valor ao urânio brasileiro, poderá ser a principal conquista imediata de mercado, a curto prazo, e a construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) será importante para testar esse combustível, impulsionando a cadeia produtiva nacional. O papel fundamental da produção nucleoelétrica na garantia da segurança energética nacional foi unanimemente reconhecido, ressaltando sua importância estratégica para o sistema elétrico do país.
Como resultado dessas análises, ambas as lideranças convergiram para a necessidade da construção efetiva de um Programa Nuclear Brasileiro. Rondinelli indicou que esse processo será mais amplamente delineado após a realização da V CNCTI, em junho. “A percepção pública e o inconsciente que relaciona a atividade nuclear com um risco permanente é o grande problema a ser superado. E, nesse sentido, a ampliação da difusão da informação, com a mais ampla transparência, e do conhecimento científico, podem levar à superação dos atuais preconceitos”, avalia o presidente da Cnen.
Rondinelli compartilhou informações atualizadas sobre as negociações em andamento para a construção do Centro de Tecnologia Nuclear (Centena), um sítio tecnológico que, além de armazenar definitivamente os rejeitos radioativos, vai contar com edificações de apoio operacional e instalações para pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Também foi mencionado o estágio atual de seleção do terreno, fortalecendo ainda mais o compromisso mútuo, e a importância que o Centena terá na divulgação de atividades do setor nuclear e de treinamentos especializados.
Para o presidente da Cnen, o encontro “representa um passo significativo na consolidação da cooperação entre Cnen e ETN, reafirmando o compromisso conjunto com o desenvolvimento seguro e sustentável do setor nuclear no Brasil”.
Conferência Temática
A Conferência Temática Ciência e Tecnologia Nuclear está organizada para acontecer nos dias 20 e 21 de março, na Sede da Cnen, no âmbito da Conferência Nacional de CT&I. Já a V CNCT&I acontecerá de 4 a 6 de junho de 2024, em Brasília, Distrito Federal, e será organizada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Responsável por conduzir a Política Nuclear Brasileira (PNB), o MCTI incluiu o setor nuclear como tema nas reuniões preliminares e atribuiu à Cnen a missão de organizar as atividades, em reconhecimento à sua significativa contribuição em pesquisa, desenvolvimento e inovação nessa área.
A Conferência Temática Ciência e Tecnologia Nuclear terá quatro subtemas: Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação; Aplicações Sociais; Programas e Projetos Estratégicos Nacionais; e Ensino, Formação Especializada, Mercado de Trabalho e Comunicação Pública. Para mais informações, acesse o link.
A notícia foi publicada originalmente no site da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen).
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Foto: Claudio Braz/Cnen
Fonte: Assessoria de Comunicação Social da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen)