O diretor da Nucleoeléctrica Argentina S.A. (NA-SA) Alejandro Estevez declarou que a energia nuclear proporciona “previsibilidade” ao sistema elétrico nacional e ressaltou que, desde a assinatura de um contrato técnico-comercial com homólogos chineses em fevereiro deste ano, as partes estão trabalhando no acordo de financiamento da futura usina nuclear Atucha 3.
“A energia nuclear é uma fonte de benefícios extraordinários no âmbito do planejamento energético de médio e longo prazo, razão pela qual países como França, China, Emirados Árabes Unidos e Índia continuam a investir nessa tecnologia com planos de expansão muito ambiciosos”, afirmou o diretor da NA-SA.
Para ele foi um “erro grave” pensar apenas em curto prazo quando se trata de custos “já que a energia mais cara é aquela que não está disponível quando é necessária” – apontando para os preços em alta este ano na Europa.
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Atucha 3
A usina nuclear, localizada no sítio das unidades operacionais Atucha 1 e 2 (perto de Lima, a cerca de 100 quilômetros a noroeste de Buenos Aires), abrigará o reator de tecnologia chinesa Hualong One – o modelo HPR1000, que usará urânio enriquecido como combustível e água leve como refrigerante e moderador, com uma potência bruta nominal de 1.200 megawatts-elétricos (MWe) e uma vida útil inicial de 60 anos.
O Hualong One é um reator nuclear de terceira geração desenvolvido em conjunto pelas empresas China National Nuclear Corporation (CNNC) e China General Nuclear Power Group (CGN). Será a segunda unidade com esse reator localizada fora da China – a primeira é Karachi, no Paquistão. O empreendimento faz parte de plano de ação nuclear da Argentina que envolve um investimento superior a US$ 8 bilhões.
A Argentina possui três usinas nucleares de água pesada pressurizada (PHWR, na sigla em inglês) em operação (Atucha 1, Atucha 2 e Embalse), cuja capacidade instalada somada é de 1.641 MWe. Nosso país vizinho ainda está construindo a planta Carem 25, que conterá um pequeno reator de água pressurizada (PWR) com potência de 25 MWe.
Comentário da Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN):
Na América do Sul, apenas Brasil e Argentina possuem usinas nucleares em operação, e ambos planejam a expansão dessa fonte firme, segura, limpa, de base e eficaz na matriz elétrica. Também destacamos que, por meio da Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (Abacc), que opera há 30 anos como um mecanismo binacional único, os setores nucleares dos dois países estão fortemente unidos em um ambiente de confiança mútua.
Leia a matéria original, em inglês, aqui.
Saiba mais sobre a geração nuclear na Argentina no site do Sistema de Informação de Reatores de Potência da Agência Internacional de Energia Atômica (Pris/IAEA).
Foto: Sítio de Atucha / Crédito: NA-SA
Fonte: World Nuclear News (WNN)