Na última quarta-feira (11), foi realizada uma audiência pública na Câmara dos Deputados com o tema “Pequenos Reatores Modulares (SMRs) no futuro do setor nuclear brasileiro”. O debate foi proposto pelos deputados federais Fausto Pinato e Jandira Feghali, com o objetivo de discutir o potencial estratégico dos SMRs para a matriz energética nacional.
O encontro reuniu autoridades e especialistas do setor nuclear brasileiro, entre eles:
- Nélbia da Silva Lapa, chefe da Coordenação de Reatores da Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear da CNEN;
- Ricardo Fraga Gutterres, assessor da mesma diretoria;
- Leslie de Molnary, representante da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN;
- Vice-Almirante Guilherme Dionizio Alves, Secretário Adjunto da Secretaria Naval de Segurança Nuclear e Qualidade da Marinha do Brasil;
- Vice-Almirante Carlos Alberto Matias, Diretor Técnico da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. (Amazul);
- Raul Lycurgo Leite, Diretor-Presidente da Eletronuclear;
- Giovanni Laranjo de Stefani, chefe do Departamento de Engenharia Nuclear da UFRJ;
- Celso Cunha, presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan).
- Julio Lopes, Deputado Federal
Durante o debate, os participantes destacaram as vantagens dos SMRs e o papel da energia nuclear no combate às mudanças climáticas.
“O mundo está voltando seus olhos para o setor nuclear. Vimos recentemente o anúncio de que os investimentos em energia nuclear devem triplicar nos próximos anos. Atualmente, cerca de 60% da geração elétrica mundial ainda depende de combustíveis fósseis. Para atingirmos as metas de redução de emissão de carbono até 2050, é preciso investir em fontes limpas. A energia nuclear é uma alternativa limpa, segura e viável”, destacou Raul Lycurgo Leite, da Eletronuclear.
Um dos representantes da CNEN, Ricardo Fraga Gutterres apresentou as diretrizes estratégicas para o desenvolvimento dos SMRs no Brasil, entre elas:
- Orientar as principais linhas de pesquisa e desenvolvimento tecnológico no setor nuclear;
- Reforçar a infraestrutura de inovação por meio de cooperação nacional e internacional;
- Estimular parcerias público-privadas em tecnologia nuclear;
- Investir na formação de capital humano especializado.
Para o Vice-Almirante Carlos Alberto Matias, da AMAZUL, os SMRs ampliam os benefícios tradicionais da energia nuclear.
“Além de oferecer uma fonte limpa e com alta densidade energética, os SMRs têm baixo custo operacional, ocupam menos espaço e não dependem de fatores externos como clima ou disponibilidade hídrica. Eles são ideais para diversificar a matriz energética com segurança e estabilidade”, afirmou.
Além da geração de energia, os SMRs têm aplicações que podem contribuir diretamente com o desenvolvimento sustentável do país. Entre elas:
- Suporte à mineração em áreas remotas;
- Dessalinização da água;
- Substituição de usinas termoelétricas;
- Produção de hidrogênio.
Essas aplicações reforçam o argumento de que os SMRs podem ser peças-chave no fortalecimento do Programa Nuclear Brasileiro, colocando o país em destaque no cenário global da energia limpa.