Pesquisador da UFABC e ITA desenvolve tecnologia de microrreator nuclear, com foco em segurança e versatilidade.

Pesquisador da UFABC e ITA desenvolve tecnologia de microrreator nuclear, com foco em segurança e versatilidade.

O pesquisador em tecnologias nucleares avançadas, Arthur Reis Martins, teve seu projeto de reator nuclear aprovado no programa Catalisa ICT, do Sebrae (Ciclo 2). A iniciativa tem como objetivo impulsionar negócios deeptech — startups de base tecnológica que nascem da combinação entre ciência, tecnologia e inovação — transformando pesquisas acadêmicas em soluções que contribuam para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

Arthur faz parte da pós-graduação em energia na Universidade Federal do ABC (UFABC) e também em propulsão espacial e hipersônica (CTE-P) no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Seu projeto foca no desenvolvimento de um microrreator nuclear avançado com tecnologia que pode ser incorporada a SMRs e reatores de maior potência, desenhado para ser intrinsecamente seguro e versátil, preferencialmente refrigerado por metal liquido.

“Esta tecnologia nuclear está sendo desenvolvida para aplicação em diversas áreas. Criamos um padrão que pode ser utilizado em diferentes aplicações, como geração de energia, produção de radioisótopos e irradiação de alimentos. A demanda por energia está em constante crescimento, especialmente com a expansão dos data centers, e essa tendência só vai aumentar. Hoje, quem acredita que a tecnologia nuclear é apenas uma opção, não vive no mundo real. Sem ela, estaríamos bem encrencados”, explica o pesquisador.

Além da pesquisa em energia nuclear, Arthur já tem experiência como empreendedor. Ele fundou e é CEO de uma deeptech voltada à apicultura (Inova Api) e destaca que o mais importante nesse processo é não desistir. Para ele, a perseverança é essencial para transformar ideias em realidade.

Um dos maiores desafios enfrentados, segundo Arthur, é equilibrar seu perfil mais técnico, focado em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), com o papel integrador e empreendedor, que exige networking, apresentação e venda do projeto. A solução, afirma, está em trabalhar muito e não fazer tudo sozinho. Contar com uma equipe capacitada e engajada é fundamental para que a inovação saia do papel e ganhe impacto real, o uso de inteligência artificial é essencial para o avanço com eficiência.

 

Foto: Da esquerda para a direita – Pesquisador Arthur Reis Martins; Almirante de Esquadra e Ex-Ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque; Coordenadora da Pós-Graduação em Engenharia Nuclear da Coppe/UFRJ, Professora Dra. Inayá Barbosa Lima; e Professor Titular do Programa de Engenharia Nuclear da Coppe/UFRJ Su Jian – Arquivo pessoal