Pesquisadores do Rio de Janeiro são selecionados para o programa Catalisa ICT do Sebrae.

Pesquisadores do Rio de Janeiro são selecionados para o programa Catalisa ICT do Sebrae.

Os pesquisadores Luciana Carvalheira, química especialista em radioquímica, Nathali Ricardo Barbosa de Lima, pesquisadora de pós-doutorado em Engenharia Nuclear (COPPE/UFRJ) e Willian Vieira de Abreu, pesquisador de pós-doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro, foram selecionados para o programa Catalisa ICT do Sebrae, voltado para transformar o conhecimento científico em soluções de alto impacto.

O programa tem como objetivo impulsionar negócios deeptech — startups de base tecnológica que nascem da combinação entre ciência, tecnologia e inovação — transformando pesquisas acadêmicas em inovações que fortaleçam o desenvolvimento econômico e social no Brasil.

A pesquisadora Luciana Carvalheira começou sua jornada empreendedora em 2015 com a Magtech Brasil, empresa especializada no desenvolvimento de nanopartículas multifuncionais, direcionada a soluções biotecnológicas, principalmente em saúde.

Para ela, é necessário tornar-se um ser híbrido — empreendedor e pesquisador —para tornar a sua pesquisa um produto para o mercado. No programa do SEBRAE, apresentou o seu projeto Radcycling – Radiação Ionizante na reciclagem de polímeros.

“ Antes de tudo: não tenha medo de sair do laboratório. E é importante entender que o empreendedorismo é um lugar de colaboração, para você conseguir ter sucesso vai precisar de profissionais capacitados de diferentes áreas” declarou a pesquisadora sobre a principal dica que dá para quem deseja empreender.

Willian Vieira percebeu o potencial no uso dos SMRs, quando participou de uma conferência na sede da IAEA sobre suas aplicações. Seu projeto Descarbonização por meio de reatores nucleares modulares de pequeno porte foi selecionado para participar do programa.

“Nas universidades não aprendemos a empreender, por isso me inscrevi no programa. É necessário sabermos nos comunicar de maneira clara para quem não é da ciência” declarou Willian sobre o motivo da sua inscrição e o principal ponto a se desenvolver.

A pesquisadora Nathali Barbosa entrou no programa com o projeto Síntese verde de nanopartículas de prata: uma inovação para o tratamento multimodal do Câncer de Cabeça e Pescoço, que explora a síntese e aplicação de nanopartículas de prata (AgNPS) no tratamento de câncer de cabeça e pescoço, destacando métodos sustentáveis e a utilização de quimioterápicos naturais. Sua entrada para a jornada de empreendedora foi em grande parte pelo incentivo da Dra. Luciana Carvalheira, com quem trabalha.

“A principal questão no Brasil é a falta de investimento. O pesquisador aqui é visto como bolsista, como estudante e ganha um auxílio. Fiz pesquisa fora do Brasil e os pesquisadores tem horário de trabalho, a visão profissional é outra” afirmou Nathali sobre as maiores dificuldades enfrentadas para realizar pesquisa no Brasil.

Imagem: Divulgação SEBRAE

Fotos: Arquivo pessoal.