Microrreatores Nucleares: Energia Segura e Sustentável para o Futuro do Brasil

Microrreatores Nucleares: Energia Segura e Sustentável para o Futuro do Brasil

Os  Microrreatores Nucleares representam uma solução promissora para fornecer energia segura e contínua a pequenas cidades, hospitais, indústrias e localidades remotas, reduzindo a necessidade de geradores a diesel.

No Brasil, essa tecnologia avançará por meio da colaboração entre diversas instituições científicas e tecnológicas, com papel de destaque da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que atuará através do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN) e do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN/CNEN).

Aprovado com nota máxima em edital pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), com um orçamento de R$ 50 milhões, sendo R$ 30 milhões da Finep, o projeto conta com a participação de instituições como a Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal do Ceará (UFC) e Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) e o apoio da Diretoria de Desenvolvimento Nuclear da Marinha do Brasil (DDNM) e da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (AMAZUL).

 

Aplicações e expectativas do projeto.

A abordagem no Brasil será diferente das já usadas em diferentes países, o projeto não será uma adaptação de tecnologia internacional e sim desenvolverá uma solução nacional, baseada em pesquisas científicas no setor nuclear brasileiro.

Com duração de três anos, o projeto irá buscar validar a técnica e sustentabilidade de um sistema de Microrreatores Nucleares de baixa potência para gerar cerca de 3 MW em um container de 40 pés, para ser monitorado no modelo remoto por mais de 10 anos, sem reabastecimento. O reator tem o potencial de fornecer energia para cidades pequenas e isoladas, hospitais e fábricas.

 

Execução do projeto.

O desenvolvimento do projeto será dividido entre duas instituições técnico-cientificas atreladas ao CNEN, o IPEN e INEN.  Será de responsabilidade do IPEN desenvolver materiais para o microrreator, como o moderador do reator (óxido de berílio e grafita, utilizados para reduzir a velocidade dos nêutrons) e o material das barras de controle (carbeto de boro). O instituto irá trabalhar a produção nacional desses insumos, garantindo um fornecimento estável e competitivo. Também atuará no desenvolvimento do combustível nuclear.

Enquanto o IEN irá testar o comportamento dos nêutrons dentro do reator e outros aspectos da física de reatores. Através de experimentos, o instituto buscará comprovar se os cálculos teóricos sobre o funcionamento correspondem às expectativas. Também contribuirá com a atualização dos cálculos e fabricação de combustíveis.

 

Por que desenvolver Microrreatores Nucleares?

Os Microrreatores Nucleares são uma excelente estratégia, pois garantem a segurança energética, reduzem a emissão de CO₂ e ampliam o acesso à energia elétrica no Brasil, sendo capazes de oferecer para regiões mais remotas.

São modulares de fácil transporte, execução remota, além de operarem de forma descentralizada sem necessidade de abastecimento constante, o que o torna de fácil implementação em diferentes situações.

Um MRN de 5 MW pode abastecer cidades de até 5mil habitantes, o que corresponde 22% dos munícipios brasileiros. Com a produção de diversas unidades, a cobertura pode chegar a 68% das cidades do nosso país.

Além de oferecerem uma solução continua capaz de atender à crescente demanda da digitalização e o avanço da inteligência artificial que elevam o consumo de eletricidades dos data centers.

 

Fonte: Matéria Emanuel Galdino (Bolsista BGE-DA/IPEN-CNEN)

Divulgação: COCOM/ CNEN

Foto: Gledson Júnior