Em artigo público, pesquisadores abordam a importância da Medicina Nuclear no Sistema Único de Saúde (SUS). No estudo foi realizada análise da evolução da área no Brasil, entre 2015 e 2021, através de dados públicos.
A Medicina Nuclear tem avançado nos últimos anos, com o surgimento de novos radiofármacos, utilizados em exames e tratamento, especialmente para o diagnóstico de doenças como câncer e problemas no coração.
Ao realizar a análise com foco no SUS, o artigo aborda a distribuição geográficas desigual das instalações de Medicina Nuclear e a dependência de tecnologias de empresas internacionais.
Um dos dados levantados no artigo é o número de procedimentos por milhão de habitantes. Em entrevista, a pesquisadora Lorena Pozzo, da Diretoria da Radioproteção e Segurança Nuclear/Comissão Nacional de Energia Nuclear (DRS/CNEN), uma das autoras do artigo, pontuou que a população com menos acesso a procedimentos diagnósticos e terapêuticos de Medicina Nuclear é a região Norte, seguida pela região Centro-Oeste (exceto o Distrito Federal).
Para ela, essa diferença maior em algumas regiões do país se dá por diversos fatores . Um deles é a falta de profissionais especializados. Com o Programa Mais Especialidades (PMAES), o governo federal facilitará o acesso a especialistas da atenção secundária, o que deve aumentar a demanda por procedimentos de medicina nuclear.
Outro ponto citado por Lorena é a dificuldade da logística do transporte de radiofármacos. Hoje existem muitos obstáculos de transporte aéreo devidas à malha aérea restrita e o entendimento diverso em relação às cargas radioativas pelos comandantes das aeronaves.
Quando perguntada sobre a associação da energia nuclear somente as aplicações negativas e a melhor forma de desmistificar o assunto para a população geral, reforçou que uma das primeiras aplicações da energia nuclear foi a medicina.
“Além do diagnóstico e tratamento de vários tipos de câncer, estamos falando também de várias outras aplicações em cardiologia, neurologia e outras áreas. É preciso um esforço conjunto de todos os envolvidos na área para a divulgação dessas aplicações para a saúde de maneira geral” finalizou Pozzo ao falar sobre a divulgação das aplicações da energia nuclear para a saúde.
Lorena reforçou a importância do desenvolvimento do PMAE. É através dele que será possível tornar o acesso dos pacientes do SUS às consultas e aos exames especializados o mais rápido possível e com menos burocracia.
O fortalecimento da área traz benefícios não só no cuidado do paciente, mas também incentiva o desenvolvimento de outras tecnologias no país. Por exemplo, os detectores usados para suporte ao sistema de proteção radiológica das clínicas, simuladores físicos para controle de qualidade das imagens e equipamentos de proteção radiológica.
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