Dentre os diversos temas que vêm sendo discutidos na 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5CNCTI), a estratégia brasileira para o setor nuclear foi debatida na tarde do primeiro dia do evento, realizado em Brasília. Durante mais de duas horas, especialistas na área e os presentes abordaram o tema na Sala Darcy Ribeiro.
A coordenação ficou por conta do pesquisador Aquilino Senra Martinez, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Os debatedores foram o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Francisco Rondinelli Jr; José Augusto Perrotta, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen/Cnen); Leonam dos Santos Guimarães, da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. (Amazul); e Silvia Maria Velasques de Oliveira, da Sociedade Brasileira de Biociências Nucleares (SBBN). Organizador do relatório “Subsídios à estratégia brasileira para o setor nuclear”, Fabio Menani, da Cnen, foi o relator do debate.
O relatório pode ser acessado na página da Cnen e traz ideias e sugestões resultantes da Conferência Temática Nuclear, que aconteceu em março deste ano na Comissão Nacional de Energia Nuclear como parte da programação preparatória para a 5CNCTI. Perrotta destacou que “a tecnologia nuclear não é estática, ela sempre avança”. O pesquisador ressaltou ainda a importância de o fato da tecnologia nuclear no país ser notadamente brasileira. “Nossos nêutrons falam português”, pontuou.
O presidente da Cnen, Francisco Rondinelli Jr, compilou os dados disponíveis no relatório e enalteceu o setor nuclear, destacando o caráter internacional da área e do quanto o setor perpassa vários outros campos. “O setor nuclear já provou o que é capaz de fazer”, ressaltou. “O Brasil precisa de um programa nuclear”, enfatizou. Entre os pontos de recomendação disponíveis no relatório e citados pelo presidente da Cnen está a necessidade de formar uma nova geração de profissionais para o setor nuclear.
A Dra. Silvia Velasques apresentou um grande detalhamento mostrando números referentes à aplicação nuclear na saúde em todo o Brasil, apontando dados nacionais, estaduais e municipais. Leonam dos Santos Guimarães apontou a comunicação como um dos pilares mais importantes para a área. “Precisamos, cada vez mais, nos comunicar com a sociedade”, salientou.
Aquilino Senra, por sua vez, realçou que, em sua opinião, a preocupação com os recursos humanos para desempenhar as atividades do setor nuclear é uma peça-chave. Também citou o uso da tecnologia nuclear para os setores de saúde, investigação científica, defesa e indústria. “É necessário resolver a gestão dos rejeitos e estimular o empreendedorismo e a inovação no setor nuclear”, elencou.
Fábio Menani, da Cnen, irá entregar o relatório referente aos debates relativos às estratégias brasileiras para o setor nuclear na próxima semana aos organizadores da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.
A notícia foi publicada originalmente no site da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen).
Imagem: Logo da Cnen
Fonte: Assessoria de Comunicação Social da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen)