Programas de monitoração realizados há mais de 40 anos comprovam que as usinas não geraram alterações significativas no meio ambiente no entorno da CNAAA
O setor nuclear brasileiro vive um cenário de expectativa por avanços na capacidade de geração de energia com a futura retomada das obras da usina Angra 3 e, com isso, cresce o debate sobre os impactos ambientais causados pelas duas unidades em pleno funcionamento na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), em Angra dos Reis.
Em relação ao tema, a Eletronuclear desenvolve diversos programas permanentes de monitoração para garantir que os parâmetros estabelecidos na legislação sejam rigorosamente cumpridos.
Além de gerar energia limpa, sem produzir gases causadores do efeito estufa, a empresa criou o Laboratório de Monitoração Ambiental (LMA) em 1978, quatro anos antes do início das atividades de Angra 1, e começou a acompanhar toda a região no entorno da CNAAA. A Eletronuclear tem ainda o Programa Tartaruga Viva e o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS-ETN).
Como resultado, os trabalhos realizados demonstram objetivamente que as usinas não provocaram qualquer impacto radiológico no meio ambiente, nem alterações significativas na fauna e flora marinhas locais.
LABORATÓRIO DE MONITORAÇÃO AMBIENTAL (LMA)
O LMA é dividido em três áreas de atuação: biologia, química e radioquímica. Na parte biológica é monitorada a fauna e flora marinhas, além da temperatura da água do mar, devido a sua grande utilização no sistema de refrigeração das usinas, que ocasiona a devolução alguns graus mais quentes.
Na área química, o Laboratório monitora a qualidade das águas nos territórios de propriedade da Eletronuclear ou daqueles que possam ser afetados pela operação das usinas, realiza a medição do nível de cloro residual – utilizado como biocida para evitar o desenvolvimento de cracas – na localidade Saco Piraquara de Fora, onde é lançada a água do mar que condensa o vapor gerado no circuito secundário – sem contato com radiação -, além da avaliação da qualidade dos sedimentos marinhos.
Por fim, na área radioquímica, o LMA coleta e analisa regularmente amostras de diversas matrizes ambientais, como a água do mar, areia das praias, sedimentos marinhos, produtos agrícolas e solo da região entre Angra dos Reis e Paraty. O objetivo é verificar a possível presença de elementos radioativos naturais ou artificiais nestas amostras.
Totalizando todas as áreas, são realizadas cerca de 5.000 análises por ano e, como informado anteriormente, as comparações gerais entre o período pré-operacional e o monitoramento atual indicam que não houve impacto radiológico ou qualquer alteração significativa no meio ambiente.
PROGRAMA TARTARUGA VIVA
Fruto do licenciamento ambiental para operação das usinas nucleares, o Programa Tartaruga Viva da Eletronuclear registra as espécies de tartarugas marinhas que ocorrem na região da Baía de Ilha Grande, na Costa Verde fluminense, verifica a saúde, acompanha o desenvolvimento, realiza resgates de animais debilitados, reabilita e os devolve ao mar.
Dados consolidados evidenciam a permanência prolongada desses animais nas áreas de influência das usinas. Entre abril de 2018 e maio de 2024, 37 animais foram resgatados vivos e 16 foram reabilitados e devolvidos ao habitat natural.
Por outro lado, o Tartaruga Viva recebeu 190 animais mortos e realizou 84 necropsias, que identificaram lixo no trato gastrointestinal em 20%. A principal causa das mortes (30%) foi afogamento, ocasionado pelo descarte de resíduos de pesca como as redes fantasmas.
Diante das consequências geradas pela ação do homem, o Programa Tartaruga Viva tem como um dos pilares a educação ambiental. Em 2023, a base recebeu 4.071 visitantes, incluindo escolas e faculdades. Além disso, a equipe participa de eventos, congressos, ações de limpeza de praias e iniciativas voltadas para a conscientização.
CENTRO DE REABILITAÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES (CRAS)
O CRAS é um projeto voluntário da Eletronuclear, licenciado junto aos órgãos fiscalizadores, criado a partir do reconhecimento pela empresa da demanda por um local para receber e tratar animais silvestres debilitados encontrados na Central Nuclear.
O principal objetivo é receber animais silvestres nativos em situação de vulnerabilidade para tratamento veterinário, reabilitação e devolução ao ambiente de origem em condições de saúde para que possam novamente sobreviver na natureza.
Os dados consolidados mostram que, do início de 2021 a maio de 2024, o CRAS atendeu 928 animais e reintroduziu 378 no habitat natural. No total, foram 138 espécies diferentes, com 529 mamíferos, 345 aves e 47 répteis.
Um dos atendimentos de sucesso foi com uma jaguatirica, da espécie de Leopardus pardalis, que chegou debilitada, abaixo do peso, com diversas lesões perfurocortantes pelo corpo, fraturas no crânio e um projétil balístico. Após cirurgia para remoção do objeto, o animal recebeu tratamento e a reabilitação foi concluída, com a posterior devolução à natureza.
A notícia foi publicada originalmente no site da Eletronuclear.
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Fotos: Divulgação Eletronuclear
Fonte: Assessoria de Comunicação Social da Eletronuclear