Brasil avança para conquistar autossuficiência na produção de radioisótopos

Brasil avança para conquistar autossuficiência na produção de radioisótopos
Insumos são empregados na fabricação de fármacos usados na medicina nuclear. Acordo de cooperação firmado com Argentina é mais um passo para a implantação do Reator Multipropósito Brasileiro

O Brasil está mais perto de se tornar autossuficiente na produção de radioisótopos, usados, por exemplo, em fármacos para tratamento do câncer e em diagnósticos de imagem. Isso porque o país assinou, na última sexta (6), acordo bilateral de cooperação em energia nuclear, que permitirá avançar na construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), em Iperó (SP). O documento, assinado durante visita da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, à Argentina, prevê a implantação de uma nova planta de fabricação de radioisótopos e estabelece a contratação da empresa argentina Invap para dar sequência ao projeto. O valor do contrato é de R$ 12 milhões.

“O acordo de cooperação bilateral na área de energia nuclear facilitará o intercâmbio para a construção do Reator Multipropósito Brasileiro. A autonomia nessa área é fundamental, considerando as diversas aplicações na pesquisa e na saúde, mas sobretudo na grande demanda por radioisótopos na medicina nuclear para o tratamento de enfermidades e para exames de diagnóstico”, diz o documento.

Com investimentos previstos no valor de R$ 1 bilhão até 2026, oriundos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), o RMB será o mais importante centro de pesquisa brasileiro para aplicações da tecnologia nuclear em benefício da sociedade. A iniciativa está incluída no Novo PAC.

A Argentina é parceira estratégica do Brasil no desenvolvimento desse empreendimento. O país vizinho tem conhecida trajetória nacional e internacional em relação ao desenho de plantas de produção de radioisótopos, como também dos processos de produção, cadeia e conhecimento técnico próprio para a operação.

Além da planta de produção de radioisótopos, a parceria envolve projetos conjuntos de pesquisa e desenvolvimento e ações que beneficiarão toda a cadeia produtiva da indústria nuclear nos dois países. “Para alcançarmos a soberania em área tão estratégica, necessitamos de um planejamento com ações de curto, médio e longo prazo e de parcerias que complementem as expertises de cada país”, comentou a ministra Luciana Santos.

A cooperação com a Argentina ocorre por meio de um Memorando de Entendimento firmado entre a Comissão Nacional de Energia Nuclear do Brasil (Cnen) e a Comissão Nacional de Energia Nuclear da Argentina (Cnea). O presidente da Cnen, Francisco Rondinelli Júnior, assinou o documento pelo lado brasileiro.

O ministro Daniel Filmus comemorou a cooperação bilateral e mencionou as áreas prioritárias de atuação dos dois países, para além da área nuclear, como o SABIA-Mar. Ele também mencionou o Centro Latino-Americano de Biotecnologia (Cabbio) e as recentes notícias de que Argentina foi selecionada pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para realizar vacina de RNA mensageiro. “Queremos iniciar um satélite meteorológico latino-americano junto com o Brasil e com o apoio de mais países da região”, disse Filmus.

A notícia foi publicada originalmente no site do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), onde estão disponíveis mais fotos.

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Foto: Assinatura de acordo bilateral de cooperação em energia nuclear entre Brasil e Argentina / Crédito: Luara Baggi

Fonte: Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)