Primeiro concreto foi derramado na laje da fundação, marcando o início da etapa principal da construção da segunda unidade da primeira central nuclear egípcia.
A ocasião contou com a presença do ministro de Eletricidade e Energia Renovável do Egito, Mohammed Shaker; o presidente da Autoridade de Usina Nuclear Egípcia (NPPA, na sigla em inglês), Amged El-Wakil; o diretor geral da Rosatom, Alexei Likhachev; e o vice-presidente sênior de Gerenciamento de Projetos de Construção de Centrais Nucleares da ASE JSC, Alexander Korchagin.
Uma licença para a construção foi emitida pela Autoridade Reguladora Nuclear e Radiológica do Egito no fim de outubro. A NPPA solicitou à referida Autoridade, em julho de 2021, uma licença de construção para as duas primeiras unidades no sítio de El Dabaa, na província de Matru, na costa do Mar Mediterrâneo, cerca de 130 km a noroeste do Cairo.
A central nuclear deverá abrigar quatro reatores modelo VVER-1200, como os que estão em operação nas usinas de Leningrado e Novovoronezh, na Rússia, e em Ostrovets, em Belarus. A unidade 1 começou a ser construída em julho passado e os requerimentos para a construção das unidades 3 e 4 foram submetidos meses antes, em janeiro.
Os contratos para a central entraram em vigor em 2017, com a corporação estatal de energia nuclear da Rússia, Rosatom, não apenas construindo o sítio, mas também fornecendo combustível nuclear por todo o ciclo de vida, fornecendo treinamento e suporte para os primeiros dez anos de operação e também construindo uma instalação de depósito e contêineres para armazenamento de combustível nuclear irradiado.
“A equipe egípcio-russa demonstra o mais alto nível de profissionalismo e trabalha antes do previsto. Tenho certeza de que a usina nuclear dará uma grande contribuição para a melhoria da qualidade de vida no país e permitirá que o Egito ocupe seu lugar de direito entre os líderes tecnológicos da região”, declarou o ministro de Eletricidade e Energia Renovável do país.
Segundo o diretor geral da Rosatom, a corporação está construindo 34 usinas em 11 países, “mas o projeto no Egito é de particular importância para nós, porque El Dabaa será a primeira central nuclear no continente africano construída com tecnologia russa. Esse é a maior projeto de cooperação russo-egípcio desde a construção da Represa de Assuã [no rio Nilo]. Isso criará uma base sólida para o desenvolvimento confiante e sustentável do Egito nas próximas décadas”, assinalou.
Na visão do presidente da Autoridade de Usina Nuclear Egípcia, ele foi “encorajado pelo sucesso do Egito em se estabelecer como um líder regional no uso pacífico da energia nuclear que, tenho certeza, beneficiará as regiões do Oriente Médio e Norte da África”.
A meta do Egito é que a fonte nuclear represente 9% da produção de eletricidade do país até 2030, o que seria alcançado pela operação comercial das duas primeiras unidades nesse período, substituindo diretamente os combustíveis fósseis petróleo e gás.
Leia a matéria original, em inglês, aqui.
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Foto: Cerimônia aconteceu no último sábado, dia 19/11 / Crédito: Autoridade de Usina Nuclear Egípcia (NPPA)
Fonte: World Nuclear News (WNN)