A central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia (ZNPP, na sigla em inglês) perdeu novamente a conexão com sua última linha de energia operacional de 750 quilovolts (kV) na manhã de hoje, dia 17, mas continua a receber eletricidade da rede por meio de um sistema de backup, informou o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Mariano Grossi.
A equipe de especialistas da AIEA presente no sítio de Zaporizhzhia foi avisada pela equipe operacional que a linha de 750 kV foi desconectada pela proteção de subtensão – um sistema que automaticamente toma essa ação quando a tensão reduz drasticamente – por volta das 4h, considerando o horário local.
A empresa estatal operadora nuclear nacional da Ucrânia, Energoatom, disse que isso foi causado pelo bombardeio de uma subestação, que faz parte do sistema de transmissão elétrica da rede, localizada longe da própria central nuclear.
Foi a terceira vez que a conexão do sítio a essa linha de energia foi perdida nos últimos dez dias, destacando a frágil situação de energia da instalação durante o atual conflito militar promovido pela Rússia na Ucrânia.
Os especialistas da AIEA relataram que a central nuclear – que precisa de eletricidade para o resfriamento dos reatores e outras funções essenciais de segurança – agora recebe energia elétrica externa por meio do pátio de usina termelétrica próxima, um arranjo de backup que foi restaurado na semana passada.
Por cerca de dez minutos, um dos 20 geradores a diesel de emergência de ZNPP começou a operar após a perda da linha de 750 kV nesta manhã, mas logo foi desligado porque o sistema elétrico de backup forneceu a energia necessária.
A Ucrânia disse que o bombardeio da subestação, que também está ligada à central nuclear de South Ukraine, não afetou o modo de operação daquele sítio.
A equipe da AIEA em Zaporizhzhia – a maior central nuclear da Ucrânia e da Europa – informou que outros três caminhões com óleo diesel, vindos da Crimeia, chegaram hoje ao local, bem como um comboio com peças de reposição e artigos de consumo da cidade de Zaporizhzhia. Ontem, dia 16, a equipe da AIEA soube que foi tomada a decisão de não continuar as operações de religamento do reator nº 5. No entanto, a unidade permanece em estado de desligamento a quente para fornecer vapor ao sítio de Zaporizhzhia.
Leia a declaração original do diretor-geral da AIEA, em inglês, aqui.
+ Declaração do diretor-geral da AIEA sobre a situação na Ucrânia – Update 118 (em inglês – fonte: IAEA)
+ Declaração do diretor-geral da AIEA sobre a situação na Ucrânia – Update 117 (em inglês – fonte: IAEA)
+ Declaração do diretor-geral da AIEA sobre a situação na Ucrânia – Update 116 (em inglês – fonte: IAEA)
+ Diretor-geral da AIEA se reúne com Putin para ajudar a prevenir acidente nuclear na Ucrânia e pede zona de segurança e proteção física em Zaporizhzhia (em inglês – fonte: IAEA)
+ Declaração do diretor-geral da AIEA sobre a situação na Ucrânia – Update 115
Foto: Bandeira da AIEA / Divulgação
Fonte: Assessoria de Comunicação Social da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)