Nesta quinta-feira, dia 25, a Ucrânia informou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que a central nuclear de Zaporizhzhia perdeu temporariamente a conexão com sua última linha de energia externa operacional de 750 quilovolts (kV). Na visão do diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, o fato torna ainda mais urgente a necessidade de a Agência enviar uma missão de especialistas até a instalação ucraniana.
A Ucrânia disse à AIEA que Zaporizhzhia, a maior central nuclear da Europa, perdeu a conexão com a linha de energia durante o dia pelo menos duas vezes, mas que estava novamente em funcionamento. O governo do país do leste europeu também afirmou que o sítio permaneceu conectado a uma linha de 330 kV oriunda da usina termelétrica mais próxima passível de fornecer eletricidade de reserva, em caso de necessidade.
Como resultado dos cortes na linha de energia de 750 kV, os dois reatores operacionais de Zaporizhzhia foram desconectados da rede elétrica e seus sistemas de proteção de emergência foram acionados, enquanto todos os sistemas de segurança permaneceram operacionais. Todas as seis unidades da central permaneceram desconectadas da rede também depois que a linha de energia foi restaurada, reportou a Ucrânia.
Não estavam disponíveis informações imediatas sobre a causa direta dos cortes de energia. Normalmente, a central de Zaporizhzhia possui quatro linhas de energia externas, mas três delas foram perdidas mais cedo durante o conflito. A AIEA permanece em contato próximo com a Ucrânia e fornecerá informações atualizadas assim que estiverem disponíveis.
Um fornecimento de energia seguro fora do local da rede é essencial para garantir a segurança nuclear. Esse requisito está entre os sete pilares indispensáveis de segurança e proteção física que o diretor-geral da AIEA disseminou no início do conflito. No caso de perda de energia externa, a central – como outras nucleares em todo o mundo – ainda tem geradores a diesel disponíveis para fornecerem energia de reserva.
Esse evento da linha de energia ocorre após uma série de bombardeios recentes na área de Zaporizhzhia que causaram alguns danos na instalação e aumentaram a preocupação acerca de sua segurança e proteção física. As forças russas assumiram o controle da central, mas a operação tem sido conduzida por pessoal ucraniano.
“Quase todos os dias há um novo incidente na central Zaporizhzhia ou perto dela. Não podemos perder mais tempo. Estou determinado a liderar pessoalmente uma missão da AIEA no local nos próximos dias para ajudar a estabilizar a situação de segurança e proteção física”, enfatizou Grossi.
Como parte de suas consultas em prol da missão, o diretor-geral se reuniu hoje de manhã, em Paris, com o presidente francês, Emmanuel Macron.
Leia a declaração original do diretor-geral da AIEA, em inglês, aqui.
+ Declaração do diretor-geral da AIEA sobre a situação na Ucrânia – Update 93
Foto: Bandeira da AIEA / Divulgação
Fonte: Assessoria de Comunicação Social da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)