Equipe terminou operação em 10 de junho a pedido da operadora da usina, a Eletrobras Eletronuclear S.A; instalação entrou em funcionamento em 1985; local tem dois reatores e um em construção; operadores querem renovar licença de 40 para 60 anos.
Uma equipe de peritos da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), terminou, na sexta-feira passada, dia 10, uma missão de inspeção à usina nuclear Angra 1, no Estado do Rio de Janeiro.
Os especialistas passaram quatro dias no local analisando a revisão operacional de segurança a pedido da administradora da instalação, a Eletrobras Eletronuclear.
Envelhecimento da instalação
O encarregado em segurança nuclear da agência da Organização das Nações Unidas (ONU), Martin Marchena, disse que sua equipe notou que a entidade operadora está preparando Angra 1 para os aspectos de segurança de uma operação de longo prazo, conhecida como “Salto”, na sigla em inglês. Os peritos da AIEA afirmam que o gerenciamento desta etapa está sendo feito a tempo.
Em 2018, uma equipe de especialistas em energia nuclear fez uma série de recomendações à usina de Angra 1. Segundo a agência da ONU, a usina realizou melhorias importantes na área de gerenciamento do envelhecimento da instalação.
Angra 1 começou a operar em 1985. Agora, os operadores estão preparando os documentos para renovar a licença de funcionamento de 40 para 60 anos.
Recomendações em 2018
Desta vez, a missão dos peritos de 7 a 10 de junho focou em aspectos essenciais para a segurança a longo prazo da operação. A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA) tem dois reatores funcionando – Angra 1 e Angra 2 – e um em construção – Angra 3. Para os especialistas da Agência, é preciso que os operadores de Angra 1 implementem todas as recomendações feitas em 2018.
Os peritos eram da Argentina, Eslovênia, Suécia e dois funcionários da própria AIEA. Na lista entregue aos operadores da usina nucelar, eles recomendaram o desenvolvimento e implementação de uma política formal para melhorar arranjos de organização da segurança a longo prazo.
A conclusão da identificação é revalidar as análises de passagem de tempo limitado, que são usadas para calcular a fatiga do material e a corrosão com o tempo. O término do desenvolvimento e o início da implementação de um grande número de programas de gerenciamento do envelhecimento da usina.
Resistência de componentes
Para os peritos da ONU, é preciso que os operadores de Angra 1 assegurem um programa abrangente que confirme a resistência dos componentes elétricos para condições hostis e a implementação da qualidade dos equipamentos.
O grupo também pediu o planejamento da força de trabalho de longo prazo para o período em que os aspectos de segurança são desenvolvidos e implementados.
Os operadores de Angra 1 expressaram determinação para responder às áreas de melhorias e para convidar os peritos a retornarem para uma missão em 2023.
Relatório final em três meses
O diretor do sítio de segurança nuclear de Angra 1, João Carlos, lembrou que a usina está cooperando com a AIEA nos últimos quatro anos na área de treinamentos e suporte técnico, grupos de trabalho e reuniões.
Para ele, a colaboração é de mais valia e deve ajudar a melhorar os padrões de segurança do local.
Antes de sair do Rio de Janeiro, a equipe de peritos preparou o esboço de um relatório sobre o gerenciamento da usina para as autoridades reguladoras. O relatório final será enviado ao governo do Brasil em três meses.
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Foto destaque: Angra 1 fica na Central nuclear de Angra dos Reis. Na imagem, Angra 1, 2 e 3 (esta, em construção) / Divulgação Governo Federal
Fonte: Nações Unidas / ONU News